segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Festival de Monólogos de Teresina – Piauí ou Festivais de Emoções com sabor de Cajuina

Realizar um trabalho com o palhaço e chegar a um espetáculo como resultado é um processo complicado e muitas vezes doloroso, ainda mais sendo um solo.
Foi um longo caminho pelo qual passei ate chegar ao meu espetáculo “Esperando na Rodo”, com ele tenho obtido a oportunidade de passar por vários estados, cidades, vilarejos, grupos, amigos e corações...
Nesta Ultima semana entre os dias 8 a 15 de agosto, fui presenteado por Deus, participando do XVIII Festival Nacional de Monólogos e assim foi...


É estranho como as coisas acontecem em nossas vidas e se não estivermos abertos a receber acabam passando e não notamos, mas não foi o meu caso sai de casa na Campânia de amigos (Reginaldo, Luis, André, e Luis Saci) só isso já me deixava feliz (sou daqueles que gosta de ter os entes queridos ao lado) que me levarão ate ao aeroporto em Campinas – SP, chegando logo de cara encontro uma grande Amiga Aline Arcanjo.
Check-in feito bagagem despachada e o Vôo segue destino Teresina Piauí.
Já em Solo ao sair do avião um calor, sigo para pegar as malas e um contratempo a capa da mala rasgada ( pq os carregadores tem que jogar as malas???) , mas isso não tirou a alegria de estar ali.
Fomos recepcionados por Maria Helena


seguimos a caminho do Hotel Cabana descobri logo de cara o por que do nome, um local cheio de arvores, flores, pavões, pássaros , e um casal infernal de galizés que não param de cantar um minuto, la não podia ser perfeito dêem uma olhada na cara das Brancas de neves espalhadas pelo espaço, medoooooooooooooooooo...


E perguntei a Maria Helena sobre os costumes e oque a cidade de Teresina podia nos oferecer, ela começou a falar e de cara citou a Cajuína (é uma bebida típica do nordeste brasileiro, sem álcool, clarificada e esterilizada, preparada a partir do suco de caju), paçoca de Carne seca, Maria Isabel e muitas outras coisas e delicias...( Hum deu fome só de pensar), mas como já era tarde seguimos para o quarto já com água na boca para provar...
E ao entrarmos abri o frigobar e lá estava deliciosamente gelada a Tal Cajuína não perdemos tempo e fechamos nossa chegada com um brinde com CAJUINA.


No café da manha conhecemos a atriz maranhense Claudiana Cotrin e seu Pupilo Antonio, paixão no primeiro café... Papos e mais papos e estreitamentos de laços e claro com o calor que estava nada mais justo que uma piscina.


No dia seguinte conhecemos mais um pouco da cultura local e claro virou piada, pois conta um conto aumenta um ponto...

E agora com vocês :


A Lenda do Cabeça de Cuia
A lenda do Cabeça de Cuia, assim como quase todas as lendas que fantasiam e atraem a imaginação do povo brasileiro, é contada de várias formas e possui várias versões, e a cada pessoa que a estória é passada, transmite-se novos fatores que acabam por afastar da realidade a verdade sobre a lenda. O Portal Cabeça de Cuia, após grande pesquisa, traz o relato mais próximo do que teria sido a maior das lendas do Piauí:

Crispim era um jovem rapaz, originário de uma família muito pobre, que vivia na pequena Vila do Poti (hoje, Poti Velho, bairro da zona norte de Teresina). Seu pai, que era pescador, morreu muito cedo, deixando o pequeno Crispim e sua velha mãe, uma senhora doente, sem nenhuma fonte de sustento. Sendo assim, Crispim teve que começar a trabalhar ainda jovem, também como pescador.

Um dia, Crispim foi a uma de suas pescarias, mas, por azar, não conseguiu pescar absolutamente nada. De volta à sua casa, descobriu que sua mãe havia feito para o seu almoço apenas uma comida rala, acompanhado de um suporte de boi (osso da canela do boi). Como Crispim jazia de fome e raiva, devido à pescaria fracassada, enfureceu-se com a miséria daquela comida e decidiu vingar-se da mãe por estarem naquela situação. Então, em um ato rápido e violento, o jovem golpeou a cabeça da mãe, a deixando a beira da morte. Dizem, até mesmo, que de onde deveria sair o tutano do osso do boi, escorria apenas o sangue da mãe de Crispim.

Porém, a velha senhora, antes de falecer, rogou uma maldição contra seu filho, que lhe foi atendida. A maldição rezava que Crispim transformasse-se em um monstro aquático, com a cabeça enorme no formato de uma cuia, que vagaria dia e noite e só se libertaria da maldição após devorar sete virgens, de nome Maria.

Com a maldição, Crispim enlouquecera, numa mistura de medo e ódio, e correu ao rio Parnaíba, onde se afogou. Seu corpo nunca foi encontrado e, até hoje, as pessoas mais antigas proíbem suas filhas virgens de nome Maria de lavarem roupa ou se banharem nas épocas de cheia do rio. Alguns moradores da região afirmam que o Cabeça de Cuia, além de procurar as virgens, assassina os banhistas do rio e tenta virar embarcações que passam pelo rio.

Outros também afirmam que Crispim ou, o Cabeça de Cuia, procura as mulheres por achar que elas, na verdade, são sua mãe, que veio ao rio Parnaíba para lhe perdoar. Mas, ao se aproximar, e se deparar com outra mulher, ele se irrita novamente e acaba por matar as mulheres.

O Cabeça de Cuia, até hoje, não conseguiu devorar nem uma virgem de nome Maria.

( Fica uma dica caso você esteja encalhada...)

Bem descobri que esse povo piauiense são atrevidos... pois eles vêem chegando de mancinho invade seu coração em poucos minutos...
Estava me sentindo em casa... Os espetáculo do Festival ultrapassavam o palco invadiam a alma, os papos nas mesas durante o almoço, na mesa entre risos e cervejas íamos nos misturando deixando a vida estabelecer o seu significado mais nobre o Amor...
(paro um tempo de escrever para me recompor devido a saudade e deixo-os por uns instantes com algumas fotos que consegui registrar desses meus novos amigos, aproveite e veja as fotos ao som de Cajuína de Caetano Veloso )





































18° Festival Nacional de Monólogos

A abertura foi às 18h30 da segunda-feira, no Teatro 4 de Setembro, com a Banda Luiz Gonzaga. A solenidade contou ainda com a participação da peça Dona Flor e Seu Único Futuro Marido, do Grupo Sinos de Teatro e em seguida o espetáculo “Medeia” Com: Claudiana Cotrim.


No dia seguinte chegou minha vez e vou colocar aqui uma critica feita por Maneco Nascimento


Reinaldo Facchini foi o ator do 2º. dia do 18º. Festival Nacional de Monólogos “Ana Maria Rêgo” – Prêmio Zezé Lopes. Com seu “Esperando na Rodô”, dirigido por Marco Pavani, Facchini está muito à vontade na pele do Jeca. O corpo fala numa oralidade jocosa, econômica e preenchida de emoções ricas de memórias do inventor da alegria, o bom e velho palhaço.
Um homem, em banco de estação rodoviária, espera o tempo passar enquanto passa lições de simplicidade emocional na complexa arte de fingir a mímesis do Outro presente no Um. Reinaldo colhe à cena gagues, ações clownescas exprimidas na arte do ator apaixonado pelo que faz. Não faz feio.
Detalhista na composição que traz para a cena, o intérprete divide com o público uma alegria premeditada, feita para encantar e envolver qualquer tipo de público aberto a receber uma boa piada. Os elementos de cena vão ganhando vida pelas mãos do palhaço e nada é gratuito, mesmo quando pareça desnecessário o uso.

Um teatro de silêncio e respostas na expressão do silencioso gesto cria uma empatia imediata com a assistência. O diálogo de interior expressionista amplia-se à interlocução cúmplice praticada com o palhaço do espelho, a platéia enleada.
Cenas sóbrias na simplicidade da representação de realismo histriônico comedido surgem feito lição de amor disfarçada de palhaçada. O rito para o jantar ou o para a improvisação da latrina e consumação da necessidade de desafogar-se é de bom exemplo do exercício do ator para a cena viva.
O Palhaço, o que é? É livre, é transgressor e trapalhão. É vida de emoções calculadas para explosões encolhidas e em expansão tragicômicas da alegria do espírito clownesco. Reinaldo tem domínio da técnica e tem corpo com febre terçã disfarçado de calmaria. Varia da prosódia ao texto sem voz sempre finalizado para a lingüística corporal de circo e cercos dramáticos.
“Esperando na Rodô” recolhe a platéia para uma fantasia de quem espera e também de quem jamais achou que podia encontrar-se na espera. Quem aprendeu a esperar recolhe poesia e licenças lúdicas que sublimam corações endurecidos. Reinaldo Facchini brinca de felicidade e ganha as horas de espera na busca de seu pássaro azul.
É homem e seu mote de interpretar, artista de um dos maiores espetáculos da terra, a arte de fingir. O faz bem.

E o Festival continuou com a programação:



- DIA 10 DE AGOSTO DE 2011

20h - Espetáculo Rainha do Rádio (PI)
Com: Lari Sales.

- DIA 11 DE AGOSTO 2011

20h - Espetáculo O Miolo da História (MA)
Com: Luande Aires

- DIA 12 DE AGOSTO DE 2011

20h - Espetáculo Balanço (GO)
Com: Bruno Peixoto

- DIA 13 DE AGOSTO DE 2011

20h - Espetáculo Boi (GO)
Com: Guido Campos

Entre toda a programação , ainda achei um tempinho para visitar o Mercado municipal e comprei muuuita coisa, e também aproveitei para ir ao estado do maranhão comprar o delicioso e tradicional Guaraná Jesus.


E como tudo nesta vida tem um fim, seguimos nossos caminhos não como chegamos mas mudados e tocados por um sentimento de saudades dessa terra Maravilhosa chamada Teresina.

Deixo aqui também meu muito obrigado ao meu amigo e técnico de som LUIZ SACI, VALEEEEEW!!!!!!!